2 de abril - Dia Mundial de Conscientização do Autismo
Vamos falar um pouquinho do autismo?
Vários familiares quando se deparam com um diagnóstico do espectro autista se assustam e muitas vezes se perdem no meio de informações sem procedência. Preparei um quiz de perguntas e respostas das dúvidas mais frequentes sobre o tema
1. Muitas pessoas perguntam, afinal o que é o autismo?
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por desenvolvimento atípico, manifestações comportamentais, déficits na comunicação e na interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podendo apresentar um repertório restrito de interesses e atividades.
2. Como são classificados os graus do transtorno autista?
Leve: As crianças apresentam dificuldades para iniciar a relação social com outras pessoas e podem ter pouco interesse em interagir com os demais, apresentando respostas atípicas ou insucesso a aberturas sociais. Em geral, apresentam dificuldades para trocar de atividades e problemas de planejamento e organização.
Moderado: As crianças podem apresentar um nível um pouco mais grave de deficiência nas relações sociais e na comunicação verbal e não verbal. Têm limitações em iniciar interações sociais e prejuízos sociais aparentes mesmo com a presença de apoio.
Além disso, são mais inflexíveis nos seus comportamentos, apresentam dificuldades com a mudança ou com os comportamentos repetitivos e sofrem para modificar o foco das suas ações.
Grave: Nesse nível, existem déficits bem mais graves em relação a comunicação verbal e não verbal, além de dificuldades notórias para iniciar uma interação social, com graves prejuízos de funcionamento. Também apresentam dificuldade extrema em lidar com a mudança e com comportamentos repetitivos – o que interfere de forma mais acentuada no seu funcionamento. Ainda contam com grande sofrimento para mudar o foco das suas ações
3.Quais os sinais do autismo?
Alguns sinais de autismo relacionados à interação social, comunicação e comportamento podem surgir nos primeiros anos de vida. Ainda que existam sintomas comuns, é importante lembrar que cada criança é única. Dessa forma, os sintomas e sua gravidade variam muito.
– Sintomas relacionados à interação social:
- Ausência de contato visual.
- Não reage ao sorriso dos pais ou a outras expressões faciais.
- Não olha para objetos quando os pais apontam.
- Não aponta para objetos.
- Não traz objetos de interesse pessoal para mostrar aos pais.
- Dificuldade de perceber o que os outros estão pensando ou sentindo através das expressões faciais.
- Não demonstra preocupação (empatia) pelos outros.
- Incapacidade ou desinteresse em fazer amigos.
–Sintomas relacionados à comunicação:
- Não aponta para objetos quando quer algo ou para compartilhar com outras pessoas.
- Não fala palavras soltas aos 16 meses.
- Repete o que os outros falam sem entender o significado (ecolalia).
- Não responde quando o chamam pelo nome, mas pode reagir a outros sons (como a buzina de um carro).
- Refere-se a si mesmo como “você” ou “ele”.
- Muitas vezes, parece não querer se comunicar.
- Não inicia ou dá continuidade a uma conversa.
- Não usa brinquedos ou outros objetos para representar pessoas ou a realidade em brincadeiras que usam a imaginação.
- Pode ter uma boa memória, especialmente para números, letras, músicas ou um assunto específico.
- Pode perder a linguagem ou outros marcos sociais, geralmente entre os 15 e 24 meses (regressão).
- Sintomas relacionados ao comportamento (comportamentos repetitivos e restritos):
- Balança ou gira o corpo, anda na ponta dos pés por muito tempo ou agita as mãos.
- Gosta de rotinas, ordem e rituais; tem dificuldade com a mudança ou transição de atividades.
- Grande interesse por determinados assuntos.
- Brinca com parte dos brinquedos (por exemplo, gira as rodas de um carrinho).
- Não parece sentir dor.
- Pode ser muito sensível a cheiros, sons, luzes, texturas e toque.
É muito importante que os pais estejam atentos a esses sinais e, em caso de suspeita de autismo, busquem a avaliação de um médico especialista. Quanto antes for realizado o diagnóstico, melhores serão os resultados dos tratamentos e intervenções.
4. Autismo tem cura?
Não, o que existe é a criança/adolescente aprender a conviver com suas limitações e desenvolver gatilhos para superar suas dificuldades.
5. Qual médico deve procurar em caso de suspeita dos pais?
Recomenda-se procurar a psiquiatria infantil ou neurologista. Eles iram encaminhar o paciente para um clínico multidisciplinar que devem conter:
- Psicóloga
- Fonoaudiólogo
- Terapia ocupacional
- Fisioterapia
- Psicopedagoga ou Neuropsicopedagogia
Juntos eles irão avaliar e indicar a melhor abordagem para aquela criança
O principal é os pais ou responsáveis ficarem atentos e procurar orientações quando tiverem suspeita. Vale ressaltar que não existe cura e sim adaptação a condição de vida. Uma criança, adolescente ou até mesmo adulto irá se desenvolver normalmente, sendo funcional e adaptado a sociedade.
Hoje nas escolas se tem profissionais aptos a receber alunos com tais dificuldades e tornar a estadia deles na educação escolar mais flexível e normal possível.
Escrito por: Karoline Moreira Inácio